O Vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças, Olavo Correia, afirmou durante a audição parlamentar de hoje, perante a segunda Comissão Especializada de Finanças e Orçamento, que o orçamento do Estado para 2026 é um instrumento concebido para garantir a estabilidade macroeconómica, a justiça social e o crescimento sustentável de Cabo Verde.
Segundo
o governante, o contexto mundial atual continua a ser “desafiante, incerto e
imprevisível”, marcado por riscos associados ao aumento dos preços da energia,
dos alimentos, dos transportes e pelos efeitos das alterações climáticas. Olavo
Correia sublinhou que, para um pequeno Estado insular como Cabo Verde, é
essencial adotar uma doutrina económica e macroeconómica que leve em conta
esses fatores, preservando a estabilidade orçamental e financeira.
O
vice-primeiro-Ministro destacou ainda a tendência global de redução da ajuda
pública ao desenvolvimento e de empréstimos concessionais, devido às novas
prioridades internas dos países doadores. Diante deste cenário, defendeu a
necessidade de prudência e realismo na elaboração do orçamento, assegurando a
estabilidade dos preços, estabilidade monetária, orçamental e estabilidade ao
nível da balança de pagamentos.
Deste
modo, acentuou que o Orçamento do Estado para 2026 prevê um crescimento de 6%,
uma inflação entre 0% e 2%, um défice orçamental entre 0% e 1%, uma dívida
pública abaixo dos 100% do PIB, mantendo, também, a estabilidade ao nível de
reservas externas. Porém, realçou que há riscos externos e internos, provenientes
da dívida pública, do setor empresarial do Estado, de riscos climáticos
extremos frequentes e a importação de fenómenos externos que têm impacto na
economia cabo-verdiana.
Olavo
Correia apontou que o orçamento de Estado para 2026 incide sobre três pilares
fundamentais, que são a estabilidade macroeconómica - através de políticas
fiscais e monetárias equilibradas, a justiça social – mediante investimentos na
educação, saúde, habitação social e proteção social, e as reformas estruturais,
que visam aumentar o potencial de crescimento da economia, promover a
diversificação económica e criar mais empregos.
Olavo
Correia reforçou que o Governo tem duplicado a dimensão do Estado Social,
garantindo maior inclusão e apoio às famílias mais vulneráveis. Destacou também
o compromisso em continuar as reformas nos setores da energia, transportes,
mobilidade e capital humano, com o objetivo de atingir crescimentos de dois
dígitos e reduzir ainda mais o desemprego.