O Ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, afirmou hoje, que o número de processos-crime registados em Cabo Verde diminuiu 17,2% no último ano judicial, segundo os dados apresentados no relatório do Conselho Superior do Ministério Público. De acordo com Paulo Rocha, o relatório refere que no ano judicial 2024-2025 entraram menos 5.548 processos nos tribunais, do que no ano judicial anterior, com um reflexo positivo, sobretudo nas Comarcas da Praia e São Vicente.
Durante
a audição realizada pela 1ª Comissão Especializada de Assuntos Constitucionais,
Direitos Humanos, Segurança e Reforma do Estado, Paulo Rocha salientou que em
10 das 16 Comarcas do país se verificou uma redução significativa das
ocorrências, bem como dos crimes mais graves contra património e homicídios - que
segundo o relatório foi inferior a 27 ocorrências.
O
Ministro da Administração Interna enalteceu a importância da coadjuvação da
Polícia Nacional aos tribunais e ao Ministério Público, não apenas no apoio à
instrução dos processos, mas também no cumprimento de mandados de detenção,
buscas, notificações e condução de detidos, tendo realizado até setembro deste
ano mais de 200 notificações judiciais.
Quanto
à Cidade da Praia, Paulo Rocha afirmou que o relatório aponta que o número de
processos devolvidos rondou os 38% e em Santa Catarina 15%, com números
abaixo da realidade nacional devido a demanda desses dois comandos regionais,
sendo que a Praia apresenta uma complexidade urbana por ser capital e exigir
mais da Polícia Nacional em matéria de prevenção criminal e visibilidade
policial.
Outro
ponto destacado no relatório é o impacto da lei de armas, que segundo Paula
Rocha, trouxe maior severidade na punição por posse ilegal de armas de fogo,
armas brancas e munições. Porém frisou que a redução de apreensões não
significa diminuição da atuação policial, mas sim que há hoje menor circulação
de armas, fruto da punição e do reforço das operações, sobretudo nos portos.
Apesar
dos resultados positivos, o ministro citou que o relatório aponta que persistem
desafios, como o tráfico e consumo de drogas, a entrada clandestina de munições
via encomendas e a necessidade de melhorar a perceção de segurança, sobretudo
na cidade da Praia. No entanto, enalteceu o trabalho desenvolvido para a
redução dos crimes, que contribui para recuperar a confiança da população, mas
alerta quanto a necessidade de prevenção e vigilância contínua.