No
âmbito do debate com o Ministro da Educação, sobre a situação do sector
educacional em Cabo Verde, a deputada da UCID, Dora Pires, fez um conjunto de
questionamento ao Governo, no que toca a implementação das reformas do 1º ao
12º ano de escolaridade. A deputada da UCID, manifestou a sua preocupação em
relação as disciplinas sem programas, sem conteúdos e sem indicações, mesmo
quando se tem professores com qualidades e experiência formados na área. Neste
sentido, a deputada da UCID, pediu respostas do porquê esses profissionais do
programa de design do curso de artes de programação, da disciplina de TICS, os
professores na escola técnica de Mindelo e de outras escolas, não são
contactados e convidados para elaborar os programas e colmatar essas necessidades.
Por
outro lado, Dora Pires, frisou que os manuais escolares continuam a chegar
tardiamente ao mercado e às mãos dos alunos, em algumas ilhas como São Vicente,
que às portas do ano letivo ainda não tinha manuais disponíveis, sem contar, a
reclamação dos pais por causa dos preços desses manuais.
Relativamente
a falta de manuais no mercado, o deputado do PAICV, Manuel de Brito, acredita
que o sistema educativo deve estar com eles disponíveis logo no início do ano
letivo, para que o aluno tenha possibilidade de manuseá-lo, pois isso,
demonstra qualidade do ensino. O mesmo, reforçou que ainda não há manuais do
12º ano e que estarão disponíveis somente no mês de dezembro e em versão
digital, manifestando preocupação com as famílias sem condições para imprimir
os manuais. De acordo com o deputado do PAICV, o ano letivo não foi iniciado
sem “sobressaltos” como apontou o Ministro da Educação, pois além da falta de
manuais, de professores em várias escolas é “triste a situação precária” dos
professores que foram mandados pela ilha do Sal e que se encontram sem
salários.
No
entanto, Euclides Silva, em representação ao MpD, frisou que ainda os manuais
do 12º ano não estão disponíveis, porque as reformas vão do 1º até ao 12º ano e
está reforma tem um calendário de execução. De acordo com o deputado, o manual
do 10º ano, que no ano passado estava numa fase experimental vai ser lançado
definitivamente e o do 11º ano será produzido de forma definitivo no próximo
ano, e assim sucessivamente.
“Hoje
temos um cenário totalmente diferente, e os alunos que vão beneficiar das
reformas irão sair dominando línguas, tecnologias e mais preparado para o
mercado de trabalho”, reforçou Euclides Silva.
A
deputada do MpD, Lúcia Passos, afirmou que o Governo está empenhado em motivar
a classe docente, pois quer ter um sistema de educação resiliente e que
assegura o acesso de todos, por isso está a reforçar o sistema de educação
através da capacitação dos docentes no trabalho com as crianças portadoras de
necessidades especiais e a continuar a trabalhar na elaboração de materiais
adequados também para que essas crianças tenham igual oportunidade de educação.
Em
representação ao Governo, o Ministro da Educação, Amadeu Cruz, reconheceu que
há insuficiências a serem resolvidas, por isso, tem-se canalizado esforços para
melhorar esses défices. Quanto a questão dos manuais, o Ministro salientou que
foram publicadas as orientações pedagógicas para o funcionamento do ano letivo
e não é verdade, que os professores cabo-verdianos não tenham participado na
elaboração dos programas, pois os professores do 1º ao 10º ano, participam
quotidianamente na elaboração dos programas e os do 11º ano estão a desenvolver
a mesma prática.
O Ministro esclareceu ainda, que os manuais do 1º ao 9º ano de escolaridade estão disponíveis em todo território nacional, inclusive em São Vicente, e está-se a trabalhar e a fazer de tudo para que não hajam atrasos nos salários dos professores, e inclusive os professores no Sal já estão contactos para resolução dos salários em atrasos e outros problemas que afetam o sistema educacional como repetências e abandono escolar, com vista a proporcionar mais inclusão educativa e reforma curricular.
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ASSEMBLEIA
NACIONAL
REFORÇANDO
A DEMOCRACIA EM CABO VERDE