O
Líder Parlamentar do PAICV afirmou, hoje, que o Governo está a “afundar o
sistema educativo cabo-verdiano”, com uma série de decisões e ações concretas,
que estão longe de “promover a excelência” no sector da educação.
João
Baptista Pereira salientou, na declaração inicial do debate com o Ministro da
Educação, que a excelência que o Governo pretende alcançar “não se consegue no
vazio e muito menos com práticas de gestão escolar ineficaz e desestruturada,
como as que têm sido promovidas pelo seu ministério”.
O
líder parlamentar do PAICV apontou um conjunto de problemas que atingem a
classe, como professores “desvalorizados e uma relação de constante conflito
com o Governo, que, em oito anos, ainda, não conseguiu e nem se mostra capaz de
estabilizar a classe docente”. Salienta, ainda, que as direções das escolas
foram transformadas em “locais de distribuição de favores políticos”, ocupadas
por pessoas sem a devida “competência para dirigir instituições tão
importantes”, o que, objetivamente, “prejudica o ensino, diminui a qualidade
das nossas escolas e promove a mediocridade”.
Para
que se fale na excelência da educação, João Baptista frisou que é decisivo
fazer as pazes com a classe docente, dar estabilidade, confiança e
reconhecimento aos professores, para poderem desempenhar cabalmente as suas
funções. Neste quesito, o líder do PAICV, salientou que uma educação de
qualidade só se atinge quando os professores estão efetivamente envolvidos e
motivados, as direções das escolas forem ocupadas por profissionais
“qualificados e comprometidos” com o progresso educacional, não permitindo que
a administração escolar continue a ser um “jogo de interesse político”, visto
que, é necessário ser mais do que “amigo do Governo”, demonstrando
“competência, conhecimento e paixão” pelo ensino.
No
quadro das reformas que estão a ser implementadas pelo Governo, o Líder do
PAICV, esclareceu que o objetivo destas, não devem ser copiar modelos
estrangeiros, mas sim, resolver os desafios específicos do nosso sistema
educativo e preparar os nossos jovens para enfrentarem as realidades nacionais,
pois a verdadeira excelência educacional surge quando o sistema responde as
necessidades do país.
Apesar
das reformas, João Baptista Pereira apontou falhas que atingem o sistema
educativo, como a exclusão dos professores das reformas, a “preocupante”
proposta de adequação dos estatutos dos professores, o Plano de Carreiras,
Funções e Remunerações do pessoal docente, que tal qual proposto pelo Governo,
“perpetua as injustiças” na categorização dos professores, introduz “confusão e
injustiça” na distinção entre os professores do ensino básico e secundário e
“desincentiva” a qualificação de professores, quando deveríamos estar a
promover um sistema onde os docentes se sintam encorajados a continuar os seus
estudos e a melhorar constantemente as suas competências.
Em conclusão, o líder supradito acredita que “Cabo Verde precisa de uma verdadeira reforma educativa, que coloca os interesses dos alunos, dos professores e do país em primeiro lugar”, visto que a educação tem um papel crucial para o desenvolvimento de qualquer país, pois é a chave que abre as portas para o progresso social e económico, e permite que indivíduos de todas as origens tenham oportunidades de ascender na escala social e contribuir de forma significativa para o bem comum. Por isso, o “investimento estratégico na educação, não é apenas uma necessidade, mas é um imperativo”, corroborou.
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ASSEMBLEIA NACIONAL
REFORÇANDO A DEMOCRACIA EM CABO VERDE