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DECLARAÇÃO POLÍTICA | UCID Exige Políticas e Visão Estratégica que Deem Novo Rumo a São Vicente
Publicado em:24.01.2025

O deputado da UCID, António Monteiro, proferiu uma declaração política em nome do seu partido, apelando à resolução dos problemas que a ilha de São Vicente tem enfrentado. Reconhecendo os desafios socioeconómicos da ilha, expressou uma firme determinação em buscar soluções eficazes e inclusivas, para que São Vicente alcance o progresso sustentável que merece.

De acordo com o deputado da UCID, os problemas mais salientes da ilha estão relacionados com o desemprego jovem, a centralização político-administrativa, que prejudica o desenvolvimento local, a necessidade de diversificação da economia e o desafio de garantir serviços públicos de qualidade para toda a população.

Ao abordar esses problemas, António Monteiro afirmou que o desemprego entre os jovens é uma das questões mais graves, apesar de não faltar talento e criatividade na juventude. Essa situação tem provocado uma crescente emigração de jovens para outras ilhas e para o exterior, resultando em “fugas de cérebros e de talentos” e enfraquecendo a capacidade da ilha de se desenvolver de forma “sustentável e robusta”, declarou o deputado.

A economia da ilha, “excessivamente dependente” de um número limitado de setores, como o comércio e os serviços, combinada com a centralização político-administrativa, deixa “São Vicente à margem das decisões políticas e económicas tomadas no plano nacional”, sublinhou António Monteiro.

“A falta de autonomia político-administrativa dificulta a capacidade da ilha de implementar políticas locais eficazes e de atrair investimentos estratégicos. A qualidade dos serviços públicos, incluindo os de saúde, educação e transporte, também precisa de melhorias significativas. Infraestruturas modernas e acessíveis são essenciais para garantir o bem-estar da população e atrair mais investimentos”, reiterou o deputado António Monteiro, na declaração política da UCID.

Numa outra perspetiva, Vander Gomes, deputado do MpD, defendeu que o “MpD tem dado a São Vicente a descentralização que merece”, referindo como exemplo a instalação do Ministério do Mar na ilha, algo que nunca tinha acontecido antes. Segundo Vander Gomes, as intervenções e os investimentos do Governo já permitiram construir mais de mil habitações, no âmbito dos projetos Casa para Todos, Portelinha, Bairro Iraque, entre outros. “Quem construiu mil, vai construir 2 mil e 3 mil, reduzindo o défice habitacional em São Vicente”, reiterou.

Além dos problemas e desafios a serem superados na ilha, Vander Gomes destacou os aspetos positivos de São Vicente, apontando-a como a ilha com maior produção a nível das empresas e exportação de produtos em termos nacionais, bem como com maior produção per capita por trabalhador.

Ao finalizar a sua intervenção, Vander Gomes sublinhou que os dados estatísticos do INE apontam que São Vicente é a ilha que mais reduziu o desemprego e a pobreza extrema e absoluta, “graças às contribuições, trabalhos e investimentos do Governo”.

Em contrapartida, Zilda Oliveira, deputada da UCID, dirigiu-se a Vander Gomes questionando como é que a taxa de desemprego jovem diminuiu, se em 2024 era de 19,6% e passou para 22,3%, de acordo com os dados apresentados em janeiro de 2025. Conforme indicado por Zilda Oliveira, a diminuição verificou-se na taxa geral de desemprego, que passou de 10,3% em 2024 para 8,5% em 2025.

Relativamente às habitações construídas, Zilda Oliveira criticou o complexo de Portelinha, referindo que este não serviu os moradores da zona, que sistematicamente reclamam sobre a questão, acabando por regressar às casas de lata, devido à incapacidade de suportar os custos, com salários em torno de 15 mil escudos. Na Ribeira de Julião, as habitações em construção correspondem a 154 moradias T0, “que não vão servir família nenhuma”, concluiu.

Ainda sobre a ilha de São Vicente, Rui Semedo, líder do PAICV, afirmou que a questão política na ilha é séria e constitui um teste à capacidade de negociação, articulação e governação dos partidos políticos, sobretudo em contextos de partilha de poder. O deputado afirmou que o PAICV deu a sua colaboração na instalação dos órgãos e eleição da mesa da Assembleia Municipal, mas criticou o presidente da Câmara Municipal de São Vicente por ter “varrido todos os pelouros da Câmara para si, esvaziando as outras variações de conteúdos”, enquanto espera colaboração para “viabilizar uma situação que ele mesmo está a dificultar”.

Para Rui Semedo, São Vicente necessita dessa discussão e reflexão sobre a abertura do PAICV, pois o partido “não se humilhará” ao ponto de aceitar ou ter pelouros de mercado e cemitério, enquanto o “superpresidente concentra seis ou sete pelouros somente para si e distribui migalhas aos outros”, sublinhando que essa não é a forma de trabalhar na perspetiva de negociação, repartição de poder e envolvimento de todos os eleitos no trabalho por São Vicente.

“A partilha de poder é uma questão essencial para o desenvolvimento e consolidação da democracia”, concluiu.

Recorde-se que São Vicente celebrou 563 anos no dia 22 de janeiro de 2025, o que motivou a declaração política da UCID, gerando um conjunto de intervenções sobre a sua jornada histórica, a situação atual e as soluções que devem ser implementadas para ultrapassar os desafios do presente e construir um futuro de prosperidade. 

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