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II SESSÃO PLENÁRIA DE OUTUBRO | Municípios Liderados pelo PAICV sofrem “Discriminação Gritante” na Distribuição de Recursos, afirma João Baptista
Publicado em:29.10.2024

O Líder Parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, afirmou, esta manhã, em sede do debate parlamentar com o Primeiro-Ministro, que “existe uma discriminação gritante na distribuição dos recursos, que afeta especialmente os municípios liderados pelo PAICV”. De acordo com João Baptista Pereira, essa discriminação não se limita a uma área específica, “mas é uma prática transversal em todo este governo”.

No escopo do debate com o Primeiro-Ministro de Cabo Verde sobre “as Políticas de Descentralização e de Desenvolvimento Local”, o Líder Parlamentar do PAICV sublinhou um conjunto de áreas em que considera que essa discriminação se faz mais presente, como a estrutura de saúde construída e equipada pela Câmara Municipal da Boa Vista. Segundo reporta, esta está “impedida de entrar em funcionamento apenas porque a obra foi realizada localmente”. Apontou, ainda, a alteração, por parte do Governo, da classificação das habitações do programa Casa para Todos, “simplesmente para impedir a Câmara Municipal de agir”. O Líder da Bancada de PAICV defende, outrossim, que a população dos Mosteiros se encontra “privada” de uma estrada asfaltada e “bloqueada pelo governo apenas porque o financiamento vem da Câmara Municipal”.

Para o representante do PAICV, que proferiu as declarações iniciais em nome do partido, “esses exemplos são claros indícios de uma prática sistemática de desvalorização e boicote às autarquias lideradas pelo PAICV, que impede o desenvolvimento dessas localidades e afeta diretamente a qualidade de vida e os direitos dos cidadãos”. Acrescenta que a “postura centralizadora e revanchista deste governo em relação às autarquias do PAICV é evidente, especialmente no Município da Praia, em que o próprio Primeiro-Ministro prometeu recuperar o controlo da cidade, custa o que custar. Este compromisso político se traduz em bloqueios financeiros e institucionais direcionados ao Governo, recorrendo até ao endividamento externo para realizar intervenções em áreas como o saneamento e a habitação social, que são estatutariamente competências do município”, asseverou o deputado do PAICV.

No que toca ao debate sobre a descentralização, João Baptista Pereira salienta acreditar que é momento de avaliar se as ações do Governo têm correspondido aos compromissos assumidos com o povo, “enfatizando a transparência e a responsabilidade perante a nação como pilares essenciais da nossa democracia”. Segundo o referido deputado, nos termos da Constituição, a República de Cabo Verde reconhece e respeita a organização do poder político, a existência e a autonomia do poder local e a descentralização democrática da Administração Pública, sendo que as atribuições e a organização das autarquias, bem como a competência dos seus órgãos, são regulados por lei com respeito pelo princípio da autonomia e da descentralização.

Segundo João Baptista Pereira, ao invés de avançar para uma descentralização “robusta e consensual”, o governo “insiste em mera transferência de competências administrativas para as autarquias locais, sem garantir a autonomia financeira e decisória prometida”, cujos serviços que foram transferidos para os municípios. Elencou os Centros de Juventude, as atividades sob a tutela do Ministério da Agricultura e Ambiente e os serviços anteriormente prestados pelas Casas de Direito, salientando que “nunca passaram por uma avaliação consistente e criteriosa”.

Relativamente à agenda do Governo, João Baptista Pereira apontou que este assumiu o compromisso de aprofundar a descentralização e regionalizar o país, dar um salto qualitativo na governança no território, aproximando o poder às populações. Prometeu debater amplamente todas as propostas necessárias para um programa sólido de descentralização territorial, com base num consenso político e social alargado e comprometeu-se a criar autarquias supramunicipais e, onde se justificasse, autarquias inframunicipais. Argumenta, para concluir, que, “passados mais de oito anos, assistimos o incumprimento claro dos compromissos assumidos”.

 

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