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DECLARAÇÃO POLÍTICA | PAICV Acredita Que Situação de Saúde no País é Caótica
Publicado em:10.10.2024

No âmbito do Dia Mundial da Saúde Mental, celebrada hoje, sob o lema Saúde Mental no Trabalho, cujo objetivo deste ano é destacar o papel essencial da saúde mental, o Grupo Parlamentar do PAICV apresentou uma declaração política enfatizando que a situação da saúde no país é “caótica”, embora seja um direito inalienável, consagrado na Constituição da República de Cabo Verde. Daí a importância e a necessidade de “priorizar, proteger e promover” a saúde mental em ambientes de trabalhos.

Ao proferir a declaração política do PAICV, a deputada Paula Moeda sublinhou que, com o atual Governo, os ambientes de trabalho, quer na saúde, na educação ou em outros setores de atividade, são caracterizados por uma “grande insatisfação dos profissionais por falta de tudo – de diálogo, condições de trabalho deficientes, estatutos e carreiras profissionais em autêntico retrocesso”, o que tem provocado, na sua opinião, uma “grande desmotivação e indignação” das classes profissionais, com impactos “negativos” nos ambientes de trabalho que se tornam de “estresse e angústia”, culminando em manifestações de profissionais da saúde a nível nacional, reclamações para intervenção urgente no sistema.

De acordo com Paula Moeda, a saúde mental agrava-se nos países de média e baixa renda, sobretudo naqueles cujos sistemas de saúde são frágeis, como Cabo Verde, mas o “Governo não faz nada além de conferências, publicidade, cartazes, planos, programas e campanhas de sensibilização”. A deputada salienta que, quando se esperava que tais iniciativas trouxessem, em termos práticos, resultados adicionais ou melhorias nas intervenções, nota-se que os casos de suicídio aumentam.

No leque de reclamações que giram em torno da saúde mental no país, a deputada do PAICV destacou que “piorou” a assistência aos portadores de doença mental nas ruas e nas comunidades, aumentou o número de doentes mentais por falta de assistência, colocando em risco a segurança das pessoas e até houve um momento que o Programa Nacional de Saúde Mental não teve sequer um coordenador, há falta de respostas dos centros terapêuticos instalados e espera-se, ainda, novas instalações do Hospital da Trindade. A deputada declarou, ainda, que os pacientes não têm acompanhamento especializado adequado e um trabalho de prevenção e, sobretudo, há falta de interligação desejável entre os serviços de saúde, as comunidades e as famílias, como é desejável num quadro de prevenção e acompanhamento.

 

Por último, Paulo Moeda chamou atenção das autoridades competentes para a situação de contingência nacional, devido ao agravamento da epidemia de dengue, interrogando o Governo sobre as medidas que estão sendo levadas a cabo para estancar a proliferação de doença, pedir respostas do falecimento dos gémeos no Hospital Universitário Agostinho Neto (HUAM), ao invés de ir à “caça dos responsáveis” da epidemia.

Ao inferir sobre as questões, a deputada do MpD, Lúcia Passos, disse que não estão indiferentes ao caso ocorrido no HUAN e apresentou condolências à família enlutada da parturiente, por ser uma questão muito “sensível” que trata de perda da vida humana. A referida deputada salientou que o Parlamento tem mecanismos para averiguar a responsabilidade e pode fazê-la através de audições das entidades com responsabilidade na matéria, pois o MpD “não compactua com nenhuma irresponsabilidade que leva à perda da vida humana”.

Em se tratando da saúde mental, Lúcia Passos acredita que esta exige um trabalho de prevenção, principalmente aos que são intrínsecos à pessoa, apelando aos jovens a ter um comportamento saudável, enquanto solicita que o Governo continue a reforçar os profissionais da saúde nessa questão e reconhece os trabalhos que muitas entidades têm feito na área.

Representando a UCID, a deputada Zilda Oliveira disse que este dia deve ser assumido como um compromisso para cuidar da saúde mental, porque, cada vez mais, temos pessoas com problemas de saúde mental a deambular pelas ruas, jovens com problemas de ansiedade, depressão, transtornos comportamentais. Por isso, precisa-se, segundo defende, que são necessários mais técnicos, pois há centros de saúde sem psicológicos. Considera, entretanto, a necessidade de haver psicólogos clínicos nas escolas e um maior investimento em linha de apoio à saúde mental. Quanto à dengue, a deputada acredita que o seu combate constitui um papel de toda a sociedade, chamando atenção, no entanto, para a falta de repelentes nas farmácias.

 

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