II SESSÃO ORDINÁRIA DE JUNHO
No debate com o Primeiro-Ministro, a deputada Janira Hoppfer Almada interrogou o Chefe do Governo sobre o real impacto do crescimento económico nas áreas da saúde, turismo e agricultura. O tema do crescimento económico e dos transportes marcou o debate sobre o tema “o Presente e o Futuro da Economia Cabo-verdiana: estratégias de crescimento sustentável e inovação”, proposto pelo MpD.
Janira
Hoppfer Almada fez um balanço do que considera ser o impacto dos nove anos de
governação de Ulisses Correia e Silva. Nas palavras da deputada, o Governo tem
reduzido as metas e ambições do país para a metade e tem ‘recusado’ aceitar que
a diminuição da taxa de desemprego deriva da emigração dos jovens. Disseram
“que estamos sem mão de obra e reconheceram que temos tido uma saída, perdemos
profissionais como eletricistas e canalizadores. Quando estávamos a crescer a
um por cento não tínhamos este grande número de jovens a sair do país”,
defendeu.
Quanto
ao turismo, Janira Hoppfer Almada recordou que Cabo Verde recebeu 600 mil
turistas no ano de 2016, com um crescimento de um por cento, e critica o
Governo por não conseguir duplicar o número de turistas e não reduzir o preço
dos bilhetes, apesar do crescimento de sete por cento. “Onde está o impacto
deste crescimento? Não registamos avanços na agricultura, no turismo, na pesca
ou no emprego”, lamentou, acrescentando que a isenção da taxa moderadora não é
sentida pela população porque o povo não consegue realizar as consultas de especialidade,
a Tomografia Computorizada (TAC) ou comprar medicamentos. Para concluir, Janira
Hoppfer Almada relatou que o Governo e os deputados de São Vicente ‘bloquearam’
o processo de concessão da Cabnave.
Por
seu lado, Celso Ribeiro refutou as declarações da deputada e cunhou o seu
discurso de ‘falácia’. O Líder Parlamentar do MpD começou com a menção de que o
relatório do Banco Mundial aponta os progressos do país, como o crescimento
robusto, a redução da pobreza e o controlo das contas públicas.
Na
sua intervenção, Celso Ribeiro lembrou aos presentes que o Governo liderado por
Ulisses Correia e Silva subiu o salário da Administração Pública e tem
trabalhado para garantir uma distribuição justa e equitativa dos recursos do
país. “O MpD é a força da mudança. Este Governo é a solução porque crescemos e
redistribuímos”, prosseguiu.
Celso
Ribeiro negou que o Executivo tem abandonado a agricultura, mas reitera que a
dessalinizadora é o caminho para um país que sofre com a escassez de chuva. Na
sua intervenção, destacou que o Governo proporcionou a estabilização do mercado
e contribuiu para o aumento da população ativa e de empresas criadas.
António
Monteiro, por sua vez, reconheceu que as famílias estão a viver numa situação
degradante, embora o país esteja a registar um crescimento de sete por cento.
“O MpD prometeu um crescimento médio de sete [por cento]; a verdade é que o
crescimento médio simples é de 3,8 por cento, muito aquém da promessa feita
[….] O MpD e o PAICV têm responsabilidade nesta situação”, referiu.
O
supracitado deputado da UCID acredita que o país pode crescer a níveis mais
altos, se o Governo aproveitar das potencialidades de Cabo Verde e realizar os
sonhos e as necessidades da população. “Não entendemos porque na questão das
energias renováveis, o Governo continua a penalizar o país com uma segregação e
impedindo que Cabo Verde tenha um custo mais barato nas energias”, deplorou o
deputado que considerou que o Governo não tem respeitado os interesses
nacionais, no que toca às energias renováveis.