I SESSÃO ORDINÁRIA DE MAIO
Parlamento Assinala 20.º Aniversário de São Lourenço dos Órgãos com Reconhecimento de Conquistas e Apelos à Cooperação
O
município de São Lourenço dos Órgãos celebra hoje duas décadas de existência
institucional. No quadro da I Sessão Ordinária de Maio, os deputados dedicaram
o período de questões gerais a um conjunto de intervenções que realçaram os
avanços registados em vários sectores do município, não deixando de lado
críticas e recomendações à melhoria da articulação entre os poderes local e
central.
A
deputada do Movimento para a Democracia (MpD), Anilda Tavares, destacou os
“progressos significativos” alcançados a partir de 2016, atribuindo-os à
liderança “firme e visionária” do atual Primeiro-Ministro. Sublinhou que os 20
anos de existência do município representam “um processo contínuo de construção
institucional, de afirmação de uma identidade local forte e de um compromisso
coletivo com o progresso”. Entre os avanços enumerados, apontou melhorias nas
acessibilidades com a construção de estradas como a que faz a ligação entre as
localidades de Ponte Ferro, Fundura e Ramal e a via de acesso entre São Jorge e Longueira,
bem como investimentos consideráveis nos sectores da saúde, educação, habitação
e juventude.
A
deputada referiu ainda a reabilitação de quatro unidades sanitárias de base (em
Pico da Antónia, São Jorge, Boca Larga e Levada), a instalação da Delegação do
Ministério da Saúde, a formação profissional de centenas de jovens, o fomento
ao empreendedorismo juvenil através da entrega de kits de negócio, e o apoio
habitacional a mais de 400 famílias, promovendo uma proteção social efetiva.
Destacou igualmente os avanços nos domínios cultural, turístico e desportivo,
com a criação de um centro interpretativo, a construção do auditório municipal
(em fase final), a valorização de aldeias como destinos turísticos e a
edificação de infraestruturas como o campo relvado da localidade de Carreira.
No
sector da educação, salientou-se a criação da Delegação do Ministério da
Educação, a disponibilização de transporte escolar para alunos do ensino básico,
secundário e universitário das zonas altas do Pico da Antónia e Longueira, bem
como a reabilitação de todas as escolas e jardins de infância do concelho.
Por
sua vez, o deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID),
João Santos Luís, manifestou preocupação quanto à qualidade da água consumida
no município e apelou à transformação do sector primário da economia, tendo em
conta o elevado potencial agrícola da região.
O
deputado do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), António
Fernandes, traçou uma leitura política dos 20 anos do município, dividindo a
sua história em três ciclos distintos. No primeiro, sob liderança do PAICV,
afirmou ter-se verificado uma “governação de proximidade, de diálogo
permanente, baseada numa gestão transparente e eficiente dos recursos”,
permitindo melhorias substanciais nas condições de vida das populações, com
acesso mais célere a bens e serviços essenciais.
Sobre
o segundo ciclo, dirigido pelo MpD, Fernandes criticou aquilo que classificou
como uma “postura de perseguição e de guerra aberta para com os servidores
municipais”, traduzida numa gestão que, segundo o deputado, dificultou a
otimização dos recursos disponíveis e rompeu com os fundamentos que sustentavam
os ganhos anteriormente alcançados. Referiu que a recente eleição de uma nova
equipa camarária sinaliza um terceiro ciclo, encarado com esperança pela
população.
Entre
os investimentos assinalados ao longo destes anos, destacou a barragem de
Poilão, centros de formação profissional, programas de habitação social,
reabilitação de escolas e jardins de infância, eletrificação de comunidades,
transporte escolar e infraestruturas de saúde. Sublinhou também a construção e
reabilitação de habitações para centenas de famílias e a abertura de estradas
que reforçaram a ligação com municípios vizinhos.
Por
fim, António Fernandes apontou deficiências na gestão de determinados projetos,
como o campo de Carreira e o anfiteatro municipal, mencionando “custos
duplicados” e eventuais “suspeitas de irregularidades”. Denunciou ainda a
paralisação de obras importantes e a degradação de infraestruturas já
existentes, apelando a uma ação mais eficaz e transparente.