I SESSÃO ORDINÁRIA DE ABRIL
Segundo
dados do Instituto Nacional de Estatística, Cabo Verde registou um crescimento
de 7,3 por cento no ano de 2024. O deputado Euclides Silva sublinhou que o seu
partido tem colocado a dignidade humana no centro da ação política, frisando
que o aumento do crescimento económico reflete esta orientação.
“Hoje,
nesta magna casa, celebramos um feito que, para muitos, era visto como uma
utopia política e económica: o crescimento económico acima dos sete por cento
no ano de 2024”, afirmou o deputado. Euclides Silva sustentou que tal
crescimento não constitui um milagre, mas resulta de uma liderança responsável,
de um planeamento estratégico e da confiança no potencial do povo
cabo-verdiano.
“Partimos
de um crescimento tímido e anémico de um por cento, legado de tempos de
estagnação e ausência de visão. Hoje celebramos mais do que uma percentagem:
celebramos as vidas impactadas, os empregos criados, a riqueza gerada e a
pobreza que, passo a passo, tem sido relegada para o passado”, congratulou-se.
O deputado destacou que os efeitos do crescimento chegaram às casas dos
professores, médicos, enfermeiros, agentes da Polícia Nacional e Judiciária,
oficiais de justiça, magistrados, e demais profissionais pertencentes às 30
carreiras desbloqueadas pelo Governo.
“Esta
é a prova de que uma economia resiliente pode ultrapassar os desafios de um
contexto global adverso. Cabo Verde demonstrou que sabe crescer com audácia e
resiliência”, enfatizou. Euclides Silva considerou que parte significativa
deste crescimento decorre do turismo, que trouxe mais de 1,2 milhão de
visitantes ao país, gerando receitas e postos de trabalho.
Relativamente
às políticas públicas, o deputado assinalou avanços nos sectores da habitação,
mobilidade de pessoas e acessibilidade nos transportes, salientando que os
resultados demonstram que a economia não depende exclusivamente de um único
sector. No que respeita ao comércio, regozijou-se com os dados do INE, os quais
revelam que as exportações aumentaram 40 por cento, enquanto as importações
cresceram apenas dois por cento no ano de 2024.
“O
salário mínimo no sector público ascendeu aos 19 mil escudos, enquanto no
sector privado atingiu os 17 mil escudos, em contraste com os 11 mil escudos
herdados de 15 anos de governação do PAICV”, destacou. Mencionou ainda que
cinco mil trabalhadores da Administração Pública viram os seus contratos
regularizados, nove mil famílias beneficiaram do Rendimento Social de Inclusão,
e que o Governo duplicou a pensão social destinada às comunidades emigradas.
Com
vista ao apoio à juventude, Euclides Silva enumerou diversas ações do
Executivo, nomeadamente: a isenção de propinas para 115 mil alunos, a
bonificação dos juros dos créditos à habitação jovem, o lançamento do programa
de habitação para estudantes deslocados, a formação de 34 mil pessoas e a
aprovação de créditos através do Banco Jovens e Mulheres. “Estamos perante um
Governo que não se limita a prometer, mas que apresenta resultados concretos e
está a transformar Cabo Verde num país mais justo, mais inclusivo e mais
próspero para todos”, concluiu.
Na
sequência do discurso, António Monteiro contestou as afirmações do MpD,
sublinhando que o partido não cumpriu a promessa de assegurar um crescimento
económico de sete por cento ao ano. “Achamos estranho que o MpD se orgulhe do
crescimento. É estranho porque temos o gráfico do Banco Mundial que demonstra
que este país já cresceu a 19,3 por cento, 14,2 por cento, 14,4 por cento e
15,1 por cento”, afirmou.
O
deputado da UCID recordou aos parlamentares que tanto o PAICV como o MpD
falharam na promessa de garantir às famílias mais carenciadas o valor de 7.500
escudos. “Este crescimento não está a alcançar as pessoas mais pobres, porque a
média é de 3,8 por cento e não de 7,3. Queremos que a economia cresça, mas que
o crescimento se traduza em bem-estar e numa efetiva redução da fome”, defendeu
António Monteiro.
Por
sua vez, Julião Varela afirmou que o crescimento económico exige investimento,
acrescentando que o recente aumento deste indicador resulta essencialmente do
turismo e do sector do alojamento. “Prometeram um crescimento de sete por
cento, mas a média é de 3,8 por cento. Tendo em conta que os cabo-verdianos têm
avaliado negativamente a governação, o MpD tem envidado esforços para os
convencer do contrário”, criticou.
Julião Varela reiterou ainda que o partido no poder tem aumentado a carga fiscal em todos os orçamentos aprovados, contribuindo para a perda do poder de compra dos cidadãos. “O crescimento tem sido canalizado para os dez milhões de contos atribuídos à TACV, seis milhões de contos entregues à empresa em 2019, e dois milhões de contos posteriormente destinados à mesma companhia. Não há dinheiro para melhorar as condições de vida dos cabo-verdianos”, rematou o deputado do PAICV.