A deputada do MpD, Antonieta Moreira, afirmou que Cabo Verde enfrenta um défice habitacional tanto em termos qualitativos quanto quantitativos. A deputada mencionou que, quando o Governo assumiu o país em 2016, encontrou 40% das habitações previstas no âmbito do projeto Casa Para Todos já construídas e um serviço de dívida elevado. Em suas palavras, o projeto previa a construção de oito mil habitações, mas apenas seis mil foram contratualizados, levando o Governo a traçar medidas e políticas para colmatar essa situação, reduzir o défice e melhorar as condições de segurança habitacional, além de garantir o acesso aos bens básicos e a habitações dignas para as famílias mais desfavorecidas.
A deputada do MpD disse que o Governo realojou as famílias que viviam em barracas nas ilhas do Sal e da Boa Vista, e que já foram realizadas obras de infraestrutura, arruamento, além de redes de ligação domiciliária de água, eletricidade e esgoto. Além disso, a reabilitação de cerca de 3.600 casas foi realizada em todo o país, com mais 750 em andamento na cidade da Praia. Também foram construídas 1.674 casas sociais, 958 estão em construção e está prevista a construção de mais 616.
Para
Josina Fortes, a ilha de São Vicente está enfrentando um problema habitacional,
decorrente da construção de um grande número de habitações em terrenos do
Estado, que estão sendo adquiridos por alguns empreendedores. Deste modo,
explicou que as pessoas que ocupam esses terrenos são despejadas após a venda
desses terrenos. Além disso, a deputada mencionou que a ilha sofre com o
fechamento de pequenas empresas que não conseguem pagar os salários dos
funcionários, além de um “abandono” generalizado da ilha, com paralisação de
obras importantes como o Centro Ambulatorial, reformas no hospital central e
falta de técnicos.
De uma forma geral, a deputada da UCID, Zilda Oliveira, pontuou que o desenvolvimento económico só é inclusivo quando é distribuído de forma equitativa pela sociedade, criando oportunidades para todos. No contexto do debate, frisou que, no país, além da “gritante” desigualdade salarial, há desigualdade de gênero na dimensão econômica e uma taxa elevada de desemprego juvenil, que chega a 25,7%. De acordo com Zilda Oliveira, é necessário adequar as políticas de educação e formação ao mercado de trabalho, garantir maior inclusão educativa e eliminar as assimetrias no acesso à educação, causadas pelo déficit de recursos materiais e humanos. Quanto ao problema da habitação, António Monteiro reforçou que São Vicente possui oito mil casas de lata, ou seja, 8% das habitações.