DEBATE COM O PRIMEIRO-MINISTRO | II Sessão Ordinária de Fevereiro
Na declaração de abertura do debate, Rui Semedo, deputado do PAICV, salientou os ganhos que o país tem alcançado ao longo dos anos e reforçou que ainda existem áreas que precisam ser priorizadas, de modo que o crescimento atinja as pessoas e garanta um maior desenvolvimento do país.
Durante
a sua intervenção, Rui Semedo exigiu a revalorização do setor público da
educação, mais investimentos e a criação de melhores condições de acesso à
saúde, investimentos no acesso e melhoria das habitações, na segurança enquanto
um bem essencial, mais oportunidades de emprego e acesso a rendimentos, a
criação de uma política fiscal “mais amiga” das pessoas singulares e coletivas,
com o objetivo de incentivar o investimento e gerar riqueza nacional, uma
atenção especial à questão da produção e da produtividade nacional, e uma
análise descomplicada da problemática dos salários e dos rendimentos.
O
líder do PAICV questionou se, nesse contexto de pós-pandemia, da guerra, da
crise inflacionária e do empobrecimento das pessoas e das famílias, não seria
possível recorrer ao emprego público para garantir uma via digna de acesso aos
rendimentos da população cabo-verdiana que está disponível para trabalhar.
Nesse sentido, defendeu que essa saída é complementar aos benefícios garantidos
pelo rendimento de inclusão, que poderia permitir simultaneamente o emprego, o
rendimento digno, a produção e a realização de infraestruturas sociais e
econômicas com impacto no desenvolvimento do país.
“Para
além deste emprego sazonal, destinado a uma franja específica da população, o
desenvolvimento inclusivo pressupõe uma verdadeira política de emprego para
garantir a inserção dos jovens no mercado de trabalho, o acesso aos rendimentos
das pessoas e das famílias, e o acesso a todas as prestações sociais. Desde
logo, as pessoas precisam de acesso a uma educação de qualidade, com mais
investimentos, que levem à revalorização do setor público, onde a maior parte
de nós estudou e se qualificou”, reforçou.
Rui Semedo reconheceu que o país teve um percurso “extraordinário”, superando grandes obstáculos, melhorando significativamente as condições de vida e garantindo um nível de vida mais elevado para as pessoas. Concluiu, afirmando que “o país pode dar mais porque cresceu mais. O país pode dar mais porque, com o sacrifício e a contribuição de todos, aumentou a sua riqueza […] O país deve dar mais porque as pessoas precisam de mais para viver com dignidade”.