No dia 4 de julho, a ilha da Boavista celebrou o aniversário do município e da sua padroeira, Santa Isabel. Os deputados eleitos por Boavista aproveitaram, nesta quarta-feira, para desejar um futuro próspero à ilha turística e reivindicar o cumprimento das promessas assumidas tanto pelo Governo como pela Câmara Municipal.
A deputada do MpD, Elisabete Évora, felicitou o município pela efeméride e defendeu que as atividades culturais e religiosas associadas à celebração devolveram vitalidade à cidade de Sal Rei, que se encontrava num estado de “marasmo”. No primeiro dia da Sessão Ordinária, a parlamentar convidou os presentes a refletir sobre o percurso da ilha e sobre as várias reivindicações da população local.
Elisabete Évora apelou à intervenção urgente da Câmara Municipal relativamente ao problema da pocilga existente em Sal Rei. Segundo a deputada, a autarquia já dispõe de financiamento para proceder à relocalização da pocilga, que representa sérios riscos para a saúde pública, especialmente durante a estação das chuvas e nos períodos de elevadas temperaturas. Outro problema apontado por Elisabete Évora é a falta de água. A deputada acusou a edilidade de não dispor de projetos estruturantes para garantir o abastecimento de água à população e instou o Governo a acelerar os projetos nesse domínio no município. “A cidade de Sal Rei regrediu com o tempo, nos últimos anos. Uma cidade sem atrativos para a sua população, sem espaços de lazer para as nossas crianças, sem saneamento ou organização — e tudo isto se deve à situação do Largo de Santa Isabel”, declarou.
No seu discurso, Elisabete Évora solicitou mais investimentos para a ilha da Boavista, bem como a concretização de projetos estruturantes, nomeadamente a requalificação do centro da cidade de Sal Rei e a construção do bloco operatório.
Em resposta, o deputado Walter Évora felicitou igualmente o município pela data comemorativa e salientou que a Câmara Municipal inaugurou infraestruturas durante as festividades locais. O deputado do PAICV observou que muitas das reivindicações apresentadas pela deputada Elisabete Évora são da responsabilidade do Governo central, e criticou o facto de o Executivo não ter avançado com o projeto de construção da rede de esgotos, previsto desde 2017, nem ter concluído o projeto de fornecimento de água, cuja primeira pedra foi lançada no mesmo ano. “A orla marítima estava prestes a arrancar, e o Governo assinou um contrato-programa com a Câmara para o seu financiamento”, detalhou, acrescentando que a obra não teve o início prometido.
Para concluir, Walter Évora defendeu que o Governo deve prestar apoio à ilha da Boavista na gestão dos resíduos sólidos, tendo em conta que esta produz uma quantidade significativa de lixo, consequência direta da dinâmica imposta pela atividade turística.
