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DECLARAÇÃO POLÍTICA | “A Juventude não é um problema. É a maior solução de Cabo Verde”, salientou Abraão Vicente
Publicado em:13.06.2025

I SESSÃO ORDINÁRIA DE JUNHO


O deputado do MpD, Abraão Vicente, elogiou, hoje, a perseverança e a resiliência dos jovens emigrados, enaltecendo o espaço que a juventude tem vindo a ocupar nas áreas do desporto, da ciência, da cultura e da diplomacia. Na declaração política do partido, definiu a juventude como o início de um futuro e o símbolo da resistência, do sonho e da liderança.


Abraão Vicente iniciou a sua intervenção com a afirmação de que os jovens não estão a fugir do país, mas a “voar mais alto”. O deputado explicou que esta declaração visa repor os factos e demonstrar que os discursos que retratam a emigração como “tragédia, colapso e falência” são falsos e injustos para com a juventude e para com o país.


Para sustentar os seus argumentos, Abraão Vicente referiu que Cabo Verde registou mais de 56 mil milhões de escudos em receitas fiscais, que a taxa de emprego subiu em cerca de oito mil postos, sendo a maioria ocupados por jovens, salientando que a base de segurança foi alargada. “Nunca tivemos uma geração tão preparada. Jovens bilingues, globalizados, empreendedores, qualificados. O Governo, liderado por Ulisses Correia e Silva, tem aberto caminhos, como com o Acordo de Mobilidade da CPLP, que transforma a emigração em mobilidade estratégica”, asseverou.


Reiterando que a juventude é a solução de Cabo Verde, o deputado destacou que a emigração jovem gera remessas, investimentos e consumo, assegurando a circulação de competências, inspirando novas gerações e fortalecendo a ponte entre as ilhas e o mundo. Reconheceu, no entanto, que existem desafios, sublinhando que tais questões devem ser analisadas com seriedade, através da adoção de políticas públicas e estratégias eficazes.

“Temos jovens a brilhar na ciência, no desporto, na cultura, na diplomacia. Eles não fugiram. Eles elevaram o nome de Cabo Verde. Eles não são uma geração perdida. São uma geração global, que transforma a origem em orgulho e a partida em potência”, prosseguiu. O parlamentar criticou os discursos da oposição sobre a emigração, argumentando que a juventude emigrada regressa com mais força e será capaz de conduzir Cabo Verde a patamares mais elevados.


Para concluir, Abraão Vicente instou a oposição a deixar de usar a juventude como “arma de propaganda barata” e questionou como explicam, então, o crescimento económico, o aumento do emprego e o reforço da segurança social em Cabo Verde.


No período de intervenção, o deputado Carlos Tavares caracterizou a realidade da emigração como “dura, clara e desigual”, ressalvando que a diminuição dos números não se traduz, necessariamente, em melhores oportunidades para os jovens ou em empregos dignos. Para ilustrar a sua posição, o deputado referiu que “a diminuição da taxa do desemprego está escondida na emigração e na desmotivação de milhares de jovens que desistiram de procurar emprego”.


O deputado do PAICV sublinhou que a juventude enfrenta desafios como a perda do poder de compra, as dificuldades no pagamento das habitações e da alimentação, a ausência de água canalizada nas casas e o elevado custo dos cuidados de saúde. Carlos Tavares frisou que os dados revelam que 65% dos cabo-verdianos acreditam que o país segue na direção errada e que nove em cada dez pessoas reprovam a política económica do Governo. “O MpD vangloria-se do crescimento económico e do PIB, mas o povo continua à espera de ver o impacto desta subida. Perguntamos onde está este crescimento, que impacto teve? Para que pessoas? Temos de falar a verdade: este crescimento não chegou à maioria dos cabo-verdianos”, concluiu. Opinião partilhada, também, pelo deputado da UCID, António Monteiro, que citou o inquérito ao mercado de trabalho, o qual registou a perda de 12 mil empregos e explicou que esta descida demonstra que há menos pessoas a trabalhar, apesar de o índice de desemprego se situar abaixo dos 8%.


De igual modo, António Monteiro referiu que “o país tem tido um crescimento económico, aqui não há voltas a dar, é um facto. Mas este crescimento económico não está a atingir a todos na mesma dimensão”. Para este parlamentar, no ano em que se celebra o 50.º aniversário da Independência Nacional, é necessário rever a distribuição da riqueza e honrar aqueles que contribuíram para o Cabo Verde de hoje.

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