Página Inicial ›› Notícias ››DEBATE COM MINISTRO | Deputados Analisam Qualidade do Ensino e Introdução do Semestre Zero em Portugal
DEBATE COM MINISTRO | Deputados Analisam Qualidade do Ensino e Introdução do Semestre Zero em Portugal
Publicado em:09.10.2024

Os eleitos nacionais manifestaram, hoje, posições divergentes sobre a qualidade do ensino em Cabo Verde e a introdução do semestre zero para os estudantes dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). O semestre zero constitui uma sugestão de um estudo sobre o perfil do estudante PALOP realizado entre 2015 a 2021.

O Líder do Grupo Parlamentar do PAICV, João Batista Pereira ressalvou que os estudantes cabo-verdianos têm enfrentado dificuldades para adaptar ao nível de ensino das universidades, o que, na sua opinião teria levado as universidades a implementar o semestre zero. O deputado afirmou que o semestre zero é diferente do ano propedêutico, porque o segundo permitia aos alunos estudarem até o 12º ano de escolaridade em Cabo Verde, ao invés de Portugal.

“Naquele ano, todos tiveram sucesso e conseguiram ser reconhecidos pela performance e pelos resultados que obtiveram”, salientou João Batista Pereira, que considera que o semestre zero vai ser “difícil” para os estudantes devido aos problemas financeiros e a saudade das famílias. O deputado culpou o Governo de “manchar e sacrificar” a imagem de Cabo Verde no exterior.

“Segundo o conhecimento do Ministério da Educação, não há nenhum cabo-verdiano que tenha sido submetido ao semestre zero e a medida não se aplica aos cabo-verdianos”, informou o Ministro da Educação. Amadeu Cruz exteriorizou que o país tem uma boa qualidade no ensino, ao mesmo modo, que entende que é preciso aprimorar o perfil de saída dos estudantes que vão ingressar nas universidades.

Quanto a este objetivo, destacou que a reforma curricular vai criar as condições e capacitar os alunos em disciplinas lecionadas no mundo para evitar as disparidades entre os estudantes nacionais e portugueses. Todavia, demonstrou abertura para reconhecer os erros e aperfeiçoar os instrumentos de ensino.

Em resposta às declarações sobre o semestre zero, Maria Trigueiros reforçou que o semestre zero não é exclusivo para os estudantes cabo-verdianos, mas uma sugestão para as universidades que recebem alunos dos PALOP. “É falso que foi criado para os cabo-verdianos porque são o que menos deles necessitam [….] a educação é um desígnio nacional que deve interpelar a todos, pois nela existe a base da sustentação e desenvolvimento de qualquer país ou nação”, replicou.

A deputada do MpD apontou alguns benefícios da medida como corrigir as lacunas em algumas disciplinas, proporcionar aos alunos a familiarização com a pedagogia e a ultrapassagem das barreiras linguísticas. Para Maria Trigueiros o semestre zero é semelhante ao ano propedêutico criado pelo PAICV para evitar as falhas e lacunas dos estudantes que ingressam nas universidades.

De salientar que a implementação do semestre zero para os estudantes PALOP é uma sugestão do estudo “Perfil do Estudante dos PALOP nas Instituições do Ensino Superior em Portugal: caracterização, expectativas, constrangimentos”, realizado pelo CEI- ICSTE de 2015 a 2021. Esta medida visa ajudar na integração dos estudantes nas universidades e combater a lacuna nos conteúdos lecionados nos países.


...............................................................

………………………………………...

ASSEMBLEIA NACIONAL

REFORÇANDO A DEMOCRACIA EM CABO VERDE

© Assembleia Nacional. Todos os Direitos Reservados.