Ana Paula Moeda destacou que o falecido disseminava informações por meio de materiais disponíveis e de atividades consideradas subversivas à época. Após o 25 de abril, integrou o grupo de ação política no país, militando ativamente nas estruturas responsáveis por levar informações à população sobre a luta pela independência de Cabo Verde.
Residente
em Achadinha, Mário Fernandes era uma figura conhecida e respeitada,
participando em diversos encontros e reuniões de sensibilização e
esclarecimento da população. Além disso, fez parte do grupo de milicianos
treinados e mobilizados para estar presente no dia 5 de julho de 1975,
complementando “o pequeno contingente de militares que tinha a responsabilidade
de, simbolicamente, testemunhar a troca das bandeiras e outras honras que a
praxe recomendava”, salientou a deputada.
O
deputado do PAICV, António Fernandes, descreveu o falecido como uma pessoa
profundamente comprometida com as causas sociais, destacando o seu papel na
edificação de bairros, sendo o promotor da construção do bairro de Eugénio
Lima. António Fernandes enalteceu o contributo de Mário Fernandes no movimento
de libertação nacional, destacando o seu empenho e zelo nas causas nacionais,
que o tornaram uma referência na comunidade.
“Parte
um militante das causas da independência nacional, parte um cidadão preocupado
com os problemas sociais dos bairros, e ficam as obras e as boas recordações de
um homem corajoso que soube viver a sua época e cumprir para com a sua pátria,
que ajudou a edificar”, frisou Ana Paula Moeda.
Em
um gesto de condolências, Zilda Oliveira, em nome da UCID, manifestou-se em
solidariedade ao voto de pesar apresentado pelo PAICV, lamentando o falecimento
e dirigindo condolências à família enlutada, aos amigos da Associação dos
Combatentes da Liberdade da Pátria e ao PAICV.
“Vai
o homem e ficam as obras”, concluiu a deputada da UCID, Zilda Oliveira.
Na
mesma linha, a deputada Maria Trigueiros, do MpD, desejou paz à alma de Mário
Fernandes e dirigiu-se às famílias, aos amigos e à comunidade, expressando
sentimentos de solidariedade e condolências neste momento de luto.
Mário
Fernandes nasceu a 20 de dezembro de 1943, em São Salvador do Mundo, e viveu
uma boa parte da sua vida na cidade da Praia. Foi agente da polícia,
desempenhando a missão de garantir a segurança, a ordem e a paz social no
contexto do nascimento de um Estado independente. Segundo Ana Paula Moeda,
exerceu a função de forma “responsável e exemplar”.
Como
cidadão, integrou associações socio comunitárias e contribuiu ativamente para a
organização e requalificação dos bairros, com intervenções diretas nas
localidades de Achadinha, Eugénio Lima e Várzea. Além disso, esteve envolvido
na construção de diversos equipamentos sociais e habitações que permanecem até
hoje e trabalhou como condutor no Banco de Cabo Verde até à sua reforma.
Mário Fernandes faleceu no dia 31 de dezembro de 2024, enquanto se encontrava em tratamento médico, em Portugal.