A Comissão Especializada dos Assuntos Constitucionais, Direitos Humanos, Segurança e Reforma do Estado realizou, ontem, 25 de outubro, uma reunião para recolher informações sobre o estado da justiça. A 1ª Comissão Especializada recebeu o Ministro da Administração Interna, Paulo Rocha, para responder sobre a criminalidade na Cidade da Praia, o trabalho da polícia e os projetos “Cidade Segura” e “Escola Segura”.
De acordo com Ministro da
Administração Interna, a polícia tem feito um trabalho que merece
reconhecimento e que, enquanto governante, tem colocado a prevenção criminal
como um objetivo concreto. Esta declaração fez com que o deputado Démis
Almeida, eleito pelas listas do PAICV, questionasse as medidas tomadas pelo
Governo na área da prevenção criminal. De acordo com as palavras do referido
deputado, a Cidade da Praia não tem tido melhorias significativas na
criminalidade. “Se houvesse a prevenção, não haveria tentativas”, advogou o
deputado Démis Almeida, que, na sua intervenção, referiu que a polícia tem
enfrentado dificuldades para resolver os problemas da segurança. Todavia, o
parlamentar questionou, ainda, sobre os resultados do projeto de “Escola Segura”
e demonstrou preocupação com a situação da violência nas escolas.
Por outro lado, o deputado
Francisco Sanches defendeu que o plano de cooperação entre o Ministério Público
e a Polícia tem surtido efeitos positivos e tem trazido “paz e sossego” aos
praienses, pontuando que o plano deve ter continuidade. Opinião partilhada,
também, pelo deputado João Gomes que afirmou que a cidade da Praia goza de uma
“calmaria considerável em termos de criminalidade”, parabenizando o trabalho
das autoridades policiais. O deputado do MpD regozijou-se com o que chama de
‘harmonização dos agentes judiciários à volta do objetivo comum da felicidade
do povo’.
Em resposta a estas questões, o
Ministro Paulo Rocha congratulou-se com as observações do parlamentar e definiu
o trabalho da Polícia como “rápida e eficaz”, ressalvando que a população está
ciente destes resultados. Quanto ao projeto “Escola Segura”, sublinhou que o
programa leva em conta os horários, os percursos e a incidência da violência.
Entretanto, pontuou que a polícia não pode estar nas salas ou perturbar o
processo de ensino dos menores.
Em declarações à imprensa à margem
do encontro, o Ministro da Administração Interna destacou que o relatório do
Ministério Público mostra um aumento de produtividade na Polícia, com a subida
de detenções em flagrante delito, aumento do número de indivíduos apresentados
para interrogatório judicial e aumento de prisão preventiva. “O número de
indivíduos detidos para primeiro interrogatório aumentou em 36 por cento e de
indivíduos em flagrante aumentou em mais de 300 indivíduos [….]. Quando prende
em flagrante delito significa que a pessoa estava próxima ao local e próximo da
população, a videovigilância tem contribuído para o aumento da eficácia”,
sintetizou.
Paulo Rocha citou outros
investimentos feitos como o reforço do número e formação dos efetivos, a gestão
das fronteiras, os veículos da polícia para Santo Antão e outras ilhas. Aos
jornalistas, evidenciou que os processos de março, abril, maio, junho e julho
de 2022 e 2023 foram contabilizados em 2023/2024, realçando que o Governo vai
continuar a investir nos efetivos, na instituição e a expandir o projeto
“Cidade Segura” para a terceira fase.
Quanto ao Orçamento de Estado para
o ano económico de 2025, o Ministro que tutela a pasta da Administração Interna
mostrou-se satisfeito com as previsões para o sector. Contudo, entende que os
meios não serão suficientes e que o Governo vai priorizar aspetos importantes
para manter equilíbrio nos diversos setores.
De recordar que a 1ª Comissão
realizou quatro audições para abordar a situação da justiça e preparar o debate
da segunda Sessão Ordinária de outubro, prevista para os dias 29 a 31 do mês.
A comissão ouviu o presidente do
Conselho Superior da Magistratura Judicial, Bernardino Delgado, o presidente do
Conselho Superior do Ministério Público e Procurador-Geral da República, Luís
José Landim, o Ministro da Administração Interna, Paulo Rocha e a Ministra da
Justiça, Joana Rosa.
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