Para dar início à reunião, o Ministro da Agricultura explicou que a Proposta de Lei ajuda o país a dar passos significativos no reforço da ação climática, da resiliência e da governança climática. Gilberto Silva define a medida como “inovadora e capaz de catalisar investimentos positivos para a natureza”, acrescentando que o Governo optou por trazer o diploma ao Parlamento porque deseja criar consensos a volta do diploma e garantir a confiança dos credores e das organizações internacionais.
Durante o encontro, os deputados
manifestaram opiniões divergentes sobre o artigo 11 da legislação que
estabelece que o Conselho de Administração do FCA é constituído por um
Presidente, um Vice-Presidente e mais três administradores. De acordo com a
deputada Eveline Ramos, o PAICV defende que o Conselho deve ser composto apenas
por dois administradores e um presidente e que a escolha destes membros deve
ser feita por meio de um concurso público para que o processo seja com base na
meritocracia. Opinião partilhada, também, pelo deputado Manuel Brito, que
considerou que a nomeação do presidente e do Vice-presidente pelo Governo
“podem influenciar na autonomia do FCA”, advogando que a realização de um
concurso vai conferir mais transparência ao processo.
Em resposta a estas declarações, o
deputado Francisco Sanches destacou que o diploma tem “autonomia e condições”
para se tornar operacional, frisando que tanto o Governo como outras entidades
podem participar no processo de recrutamento dos membros. “A proposta está em
conformidade e o Conselho de Administração tem a capacidade técnica para
alavancar estes recursos”, sublinhou o deputado.
Seguindo a mesma linha de
pensamento, João Gomes apontou que a maioria dos Conselhos de Administração são
formados por números ímpares de pessoas, ressaltando que não partilha da
opinião de reduzir os membros de cinco para três. Quanto ao concurso público,
afirmou que o processo é demorado e pode atrasar a implementação da Lei.
Gilberto Silva, por sua vez,
destacou que o FCA é um instrumento público e privado com a missão de “inovar,
alavancar recursos, harmonizar os interesses do Estado, da sociedade civil e do
sector privado”, reiterando que os cinco membros representam a pluralidade e
democracia do Conselho da Administração. “A poupança que vamos fazer não é
comparado com a qualidade de um Conselho mais democrático e robusto, que
funciona bem e rápido. Não é com a redução dos membros ou pelo concurso que nós
vamos ganhar a eficiência e a transparência”, esclareceu aos deputados.
Em declarações à imprensa,
Gilberto Silva salientou que a Proposta não deixa espaço para dúvidas porque o
“Fundo não faz política a favor de nenhum partido e há normas claras quanto ao
diretor administrativo, o fiscal, o auditor. Não temos razões para acreditar
que não há transparência”. O Ministro da Agricultura reforçou que Cabo Verde e
Portugal assinaram um acordo, no valor de 140 milhões de euros, que estabelece
o período de até 2025 para implementar um projeto de energias renováveis,
enfatizando que o país deve acelerar os passos para melhorar as condições de
água e energia de Cabo Verde e ser uma referência aos parceiros.
Gilberto Silva avançou que, com a
aprovação na especialidade da Proposta de Lei que cria o FCA, o Governo vai
trabalhar para operacionalizar do FCA, demonstrar aos parceiros as ações do
país, mobilizar investimentos e parceiros, disponibilizar a experiência a
outros países e facilitar o processo da apresentação dos relatórios bianuais de
transparência.
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ASSEMBLEIA NACIONAL
REFORÇANDO A DEMOCRACIA EM CABO
VERDE