Durante o
debate sobre a autorização legislativa para o novo Código da Propriedade
Industrial, a UCID manifestou a sua oposição à proposta de lei. Ao justificar
esta decisão, António Monteiro explicou que o volume de pedidos de marcas é
exíguo e não justifica a criação de um novo diploma, tendo em conta que o país
enfrenta outras prioridades urgentes.
O deputado
António Monteiro sublinhou que Cabo Verde dispõe de um bom ‘backoffice’ no que
concerne à propriedade industrial, considerando que o país aprovou diversas
leis e ratificou tratados internacionais. A título de exemplo, citou que Cabo
Verde é membro do Protocolo de Madrid e da Organização Regional Africana da
Propriedade Intelectual (ARIPO). “O Parlamento está a legislar para participar
na feitura das leis; no entanto, temos uma enorme reserva no que respeita à
autorização legislativa”, afirmou, acrescentando que o partido não compreende a
necessidade e a urgência de um novo Código da Propriedade Industrial.
O deputado da
UCID partilhou que o país regista anualmente dois pedidos de patentes e 110
pedidos de marcas, sendo que 80% desses pedidos são de marcas estrangeiras. “Se
não temos uma solicitação nem uma demanda, qual é a razão de o Governo vir
propor um novo decreto para a propriedade industrial? [….] Temos dois pedidos
anuais e nenhum de desenho industrial. Ora, isto justifica que estejamos a
desperdiçar tempo e dinheiro dos contribuintes”, questionou.
O parlamentar
encorajou o Executivo a refletir sobre os incentivos e as medidas que pretende
adotar para resolver o problema de centenas de cabo-verdianos que não fazem uso
das suas marcas.
A proposta de
Lei que concede autorização legislativa ao Governo para aprovar o novo Código
da Propriedade Industrial foi aprovada, tanto em sede de generalidade como de
especialidade, no último dia da Sessão Ordinária. O diploma recebeu votos
contra dos deputados da UCID em ambos os momentos de votação.
Na declaração de voto, António
Monteiro reafirmou que a autorização legislativa não deve ser uma prática ‘recorrente’
por parte do Governo, independentemente da complexidade técnica do tema. No que
se refere à propriedade industrial, a UCID defendeu que o Executivo deveria
cria uma lei e apresentá-la ao plenário. A fim de receber as contribuições dos
parlamentares. Embora reconheça que o diploma tem uma projeção futura, o deputado
mencionado reiterou que a alteração do decreto seria o melhor caminho para
atualizar o quadro legal da propriedade industrial.