Os
eleitos parlamentares analisaram, na presente sessão, o percurso que Cabo Verde
tem trilhado rumo ao desenvolvimento nacional, reconhecendo o esforço e a
relevância dos parceiros estratégicos do país. O tema foi introduzido no debate
sobre Questões de Política Interna e Externa, cujo objetivo consistiu em
identificar os desafios enfrentados pelo sector privado, apontar caminhos para
a eliminação das suas limitações e solicitar esclarecimentos ao Governo.
O
deputado António Monteiro sublinhou que o debate reveste-se de carácter
essencial e determinante para o futuro de Cabo Verde e o seu desenvolvimento
sustentado. O parlamentar congratulou-se com a recente ascensão de Cabo Verde à
categoria de país de rendimento médio-alto, conforme anunciado pelo Banco
Mundial. “Estamos felizes por este reconhecimento. Mas, o Banco Mundial não foi
um amigo do Governo de Cabo Verde, porque ao trazer esta informação todos os
cabo-verdianos passaram a saber que, de facto, o Governo anda a enganar a
população”, referiu.
Para
sustentar os seus argumentos, António Monteiro acrescentou que a riqueza
nacional e o crescimento do Produto Interno Bruto não se têm refletido no
quotidiano dos contribuintes, facto que, segundo defende, reforça a necessidade
de promover uma repartição mais justa dos recursos. No tocante à
redistribuição, o deputado da UCID apelou à atenção do Governo relativamente ao
subsídio atribuído aos cidadãos e ao salário mínimo nacional, frisando que “não
faz sentido que o cabo-verdiano trabalhe para um salário de 17 mil escudos e a
linha da pobreza esteja situada em oito dólares e 40 centavos”.
Por
sua vez, a deputada Isa Miranda criticou a posição do parlamentar da UCID,
sustentando que o Banco Mundial tem sido, inequivocamente, um parceiro
estratégico de Cabo Verde, tendo “colocado o país nas mãos e caminhado até
hoje”. A eleita parlamentar enumerou áreas estruturantes como a educação, a
saúde, as infraestruturas e as energias renováveis, as quais, segundo afirmou,
conheceram avanços significativos graças ao apoio do Banco Mundial e de outros
parceiros estratégicos.
“Não
podemos querer o melhor para Cabo Verde e minimizar todos os investimentos
feitos. A democracia oferece espaço para todos e temos de estar conscientes da
posição que ocupamos no mundo”, exortou. Isa Miranda congratulou-se com a
ascensão do país ao novo estatuto económico e destacou que Cabo Verde e o Banco
Mundial continuarão a cooperar estreitamente na defesa dos interesses
nacionais, com vista a projetar o país para patamares de excelência.
De
igual modo, o deputado Celso Ribeiro repudiou os discursos que desvalorizam os
progressos alcançados pelo país e considerou que “não celebrar os ganhos é ser
inimigo do país. Onde fica o nosso sentido patriótico e de pertença quando uma
organização insuspeita distingue o país e ficamos ofendidos?”.
De
salientar que a segunda Sessão Ordinária do Mês de Junho segue no seu segundo
dia dos trabalhos parlamentares, com a previsão de término para o dia de
amanhã, 27 de Junho do corrente ano.