II SESSÃO ORDINÁRIA DE MAIO
A
construção de um aeroporto em Santo Antão e a necessidade de investimentos
estruturantes na ilha voltaram ao centro do debate parlamentar, com deputados
de diferentes bancadas a reconhecerem o potencial turístico da ilha e a
divergirem quanto ao compromisso do Governo para com a concretização do
projeto, que é apontado como essencial para impulsionar o turismo, fixar a
população e promover o desenvolvimento da região.
Damião Medina, deputado do MpD, reconheceu o potencial turístico da ilha e salientou que ela é a que mais cresce a nível turístico, alcançando um aumento de 63% no ano de 2024 e recebendo em torno de 42 mil turistas no mesmo ano. De acordo com o referido deputado, a ilha possui uma vocação para o turismo de natureza, especialmente o de montanha. Damião Medina frisou, ainda, que embora a ilha conheça avanços derivados dos investimentos do Governo, ela precisa dar mais saltos para o seu desenvolvimento. Um dos problemas apontados pelo referido parlamentar tem que ver com as dificuldades enfrentadas ao nível das ligações, que, segundo o mesmo, “acaba por condicionar o sector turístico”. Desta feita, solicita que o Governo construa o aeroporto de Santo Antão, de modo a alavancar o mercado turístico e potenciar o desenvolvimento de outros sectores, como a agricultura, a pesca e a pecuária.
Em relação às questões acima referenciadas, o deputado realçou que o Governo já fez estudos e tem traçado estratégias para desenvolver Santo Antão, colocando na agenda a construção do seu aeroporto, que, inclusive, já tem lugar e plano diretor da obra definidos e estudos que comprovam a viabilidade da construção.
Por seu turno, Albertino Mota, deputado do PAICV, afirma que a promessa de construção do aeroporto e de expansão do porto remontam ao ano de 2016, acrescentando que, porém, até agora não foram concretizados. Na sua avaliação, considerou que, embora a ilha tenha um potencial grande, “o Governo falhou redondamente com as promessas que fez para Santo Antão, principalmente na questão da conetividade”.
Na intervenção que fez a margem do Período de Questões Gerais, acusou o Governo de “tentar implementar um outro programa que não foi sufragado pelo povo”. Nas palavras do deputado do PAICV, o atraso na implementação do projeto “tem contribuído para o retrocesso, a estagnação e a letargia do processo de desenvolvimento de Santo Antão”.
João Santos Luís, deputado da UCID, também participou no debate sobre a ilha de São Antão, considerando que se deve ter em atenção os desafios que se colocam à ilha, sobretudo devido à perda da população, “por falta de políticas que vão ao encontro das necessidades de fixação das pessoas”. João Santos Luís demonstrou preocupação com a situação das zonas isoladas, salientando a necessidade de se criar condições para que a população que ali residem possam sair do isolamento e terem acesso a mais oportunidades.
Na sequência das intervenções, Jaqueline Rocha, deputada do MpD, sublinhou que há necessidade de construir o aeroporto e garantiu que “o Governo não faz promessas; assume, sim, os compromissos com as pessoas”. A parlamentar reforçou que a construção do aeroporto, além de desenvolver a ilha, vai fixar os jovens e permitir o desenvolvimento. Por último, afirmou que, no que concerne às localidades isoladas, o Governo tem investido na construção de estradas em várias partes da ilha para as desencravar.