A Rede das Mulheres Parlamentares da Assembleia Parlamentar da CPLP reuniu-se, hoje, para apresentar as últimas considerações sobre a situação de género nos países-membros. Entre as questões abordadas, as deputadas expressaram preocupação com o desaparecimento de rios, a violência sexual contra menores, a violência baseada no género (VBG) e a implementação da Lei da Paridade.
Em
sua intervenção, Maria Ela Buna explicou que as mulheres da Guiné Equatorial
podem beneficiar de um crédito caso manifestem o desejo de desenvolver projetos
inovadores. De acordo com a parlamentar, existe um comité responsável pelo
acompanhamento desses projetos, e várias mulheres têm conseguido desenvolver
iniciativas graças a esse apoio financeiro.
Contudo,
Maria Ela Buna expressou grande apreensão face ao desaparecimento de rios e as
consequências negativas para as práticas de pesca e a produção agrícola. “As
mulheres têm lidado com estes fenómenos negativos”, lamentou, acrescentando que
o papel das mulheres e dos jovens deve ser valorizado em todos os
Estados-membros da CPLP.
Em
representação da delegação portuguesa, Ana Mendes Godinho apresentou algumas
recomendações de ações que podem reforçar a igualdade de género e deixar um
impacto positivo nos países-membros. A deputada sugeriu a criação de um fundo
para a formação na CPLP, garantindo que a infância tenha as condições
necessárias para romper o ciclo da pobreza, a criação de uma rede de mulheres
empresárias, uma bolsa de contactos de mulheres políticas da CPLP e ainda uma
rede de associações e cooperativas.
Por
sua vez, Maria Terezinha Viegas salientou que Timor-Leste é um dos países com a
maior taxa de participação feminina, destacando que o país já conta com um
plano para erradicar a violência contra mulheres e crianças. A deputada de
Timor-Leste defendeu que a CPLP e os partidos políticos devem trabalhar juntos
para promover a participação das mulheres na política.
A
deputada Lucida Malema lamentou que Moçambique ainda não tenha uma lei da
paridade, frisando que “a redução de mulheres nos cargos de chefia deve-se à
falta de uma lei que estabeleça os princípios da Lei da Paridade”. Para Lucida
Malema, a luta pela igualdade de género inclui também a sensibilização da
população feminina e masculina, de modo a ensinar que as mulheres possuem todas
as capacidades para ocupar os grandes cargos de liderança.
Por
último, a deputada de São Tomé e Príncipe, Bilaine do Nascimento, destacou que
o país tem registado um aumento de casos de violência física por parte de
parceiros e de violência sexual contra menores.
Importa
sublinhar que a Rede de Mulheres Parlamentares foi criada com o objetivo de
zelar por questões relacionadas com a paz, a igualdade e a equidade entre os
géneros. A reunião deste ano contou com a participação de seis delegações:
Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Portugal e Moçambique.