A deputada do MpD reconheceu, hoje, que o projeto hidroagrícola de Santo Antão tem capacidade para aumentar a disponibilidade de água para a pecuária e a agricultura. Esta declaração foi feita durante o período de Questões Gerais e desencadeou uma resposta do PAICV, que considerou que o projeto é bom, mas chegou tarde para a ilha.
A deputada Elisângela Santos apontou que o objetivo do discurso é reconhecer as medidas, a visão e as ações do Governo em relação à agricultura. A deputada do MpD saudou o acordo de financiamento assinado entre Cabo Verde e a Hungria no valor de 35 milhões de euros.
“O projeto hidroagrícola está a ser implementado em várias ilhas do país, sobretudo naquelas que têm vocação agrícola”, afirmou, adiantando que os trabalhos do projeto estão num bom ritmo e vão mudar a realidade das localidades como Lajedo, Ponte Sul e Casa de Meio. Elisângela Santos regozijou-se com o fato de que o valor será utilizado para construir dessalinizadoras de água e para a implementação de novas técnicas de irrigação.
“Este projeto, em concreto, consiste em ações práticas como terraplanagem, desbravamento, preparação e equipamento de cerca de 110 hectares com técnica moderna de gota-a-gota [....]. Saudamos este excelente projeto hidroagrícola na ilha, que é inédito, quer pela sua natureza, quer pela sua vertente física e financeira”, exteriorizou. Elisângela Santos acentuou que o projeto vai revolucionar a agricultura, transformando esta atividade económica numa prática moderna e industrial, voltada para os mercados nacional e internacional.
A deputada do MpD evidenciou que o projeto tem tido grande adesão dos santo-antoneses, o que, nas suas palavras, mostra que o projeto é o modelo a seguir e o exemplo do trabalho do Governo na valorização de Santo Antão. Elisângela Santos defendeu que o investimento nas potencialidades da ilha pode ajudar o Governo na luta pela segurança alimentar, a desnutrição, o desemprego rural, as alterações climáticas e as secas.
Em resposta a esta declaração, a deputada Rosa Rocha afirmou que o projeto hidroagrícola de Santo Antão é uma boa iniciativa, mas lamenta a sua implementação tardia. A mesma deputada afirma, todavia, que a ilha de Santo Antão ainda enfrenta vários desafios no âmbito da agricultura e mencionou que a falta de transportes para o mercado turístico prejudica diversos santo-antoneses.
“Houve uma regressão nos investimentos em Santo Antão e uma degradação de todas as infraestruturas agrícolas. Não existe mobilização de água, implementação de novas infraestruturas para correção torrencial, conservação dos solos e transformação dos produtos agrícolas”, lamentou. A deputada, eleita pelo círculo eleitoral de Santo Antão, questionou o Governo sobre o plano de ordenamento da bacia de Ribeira de Patas, prometido pelo executivo.