II SESSÃO ORDINÁRIA DE FEVEREIRO
No
período de questões gerais desta segunda Sessão Ordinária de fevereiro, o
deputado do MpD, Filipe Santos, enalteceu o "investimento sem precedentes
na melhoria do sistema de saúde na Ilha do Fogo". De acordo com o
deputado, nos últimos anos, a ilha registou um reforço significativo de
equipamentos médico-hospitalares em todos os centros de saúde dos três
concelhos, abrangendo serviços de análises clínicas, hematologia, fisioterapia,
estomatologia, ginecologia e obstetrícia.
Além
disso, Filipe Santos destacou o reforço importante nos equipamentos de
diagnóstico, com a aquisição de aparelhos modernos para os laboratórios de
hematologia, bioquímica, imunologia e hemograma, além de outros equipamentos de
radiologia, como ecografia e raios-X digital direto. Também foi instalada uma
unidade de laboratório de virologia, houve o reforço da segurança transfusional
e a instalação de uma incineradora para assegurar um melhor tratamento dos
resíduos hospitalares.
"Hoje,
a Ilha do Fogo conta com um número reforçado de médicos, especialistas,
enfermeiros e técnicos laboratoriais, garantindo um atendimento mais humanizado
e eficiente. Atualmente, há 11 médicos clínicos gerais, 11 especialistas e 45
enfermeiros a trabalhar na ilha, cobrindo áreas essenciais para a assistência à
população. Este investimento nos recursos humanos de saúde é essencial para
garantir que nenhum foguense fique sem assistência médica adequada",
realçou Filipe Santos, pontuando que "não basta ter equipamentos modernos
se não houver profissionais capacitados para os operar e prestar os cuidados
necessários à população".
No
entanto, para a deputada do PAICV, Eva Ortet, o quadro da saúde na ilha e o
sentimento dos profissionais de saúde e da população do Fogo são totalmente
diferentes da descrição feita pelo deputado do MpD. Para Eva Ortet, a saúde
"retrocedeu", pois, "nenhum compromisso que o Governo assumiu no
setor da saúde foi cumprido".
Eva
Ortet apontou que o Centro de Saúde previsto para as localidades de São Filipe
e Cova Figueira não foi concretizado, há falta de especialistas de saúde na
ilha, que também sofre com problemas na evacuação de pessoas, sobretudo pela
falta de ambulâncias para transportar os doentes. A deputada finalizou
reforçando que não se quer que a ilha retorne às mesmas condições de saúde que
vivia na década de 90.
Em
resposta, Vanusa Barbosa, deputada do MpD, concordou com os pontos ressaltados
pelo deputado do seu grupo parlamentar e destacou as melhorias que têm sido
observadas na saúde, apesar da fase de turbulência causada, em grande medida,
pelo impacto da dengue na ilha, o que colocou à prova suas estruturas de saúde.
Um grande ganho, para a deputada, foi a disponibilização de mais 14 enfermeiros
para dar cobertura à ilha, sendo sete colocados no Hospital Regional Francisco
de Assis e outros sete no Centro de Saúde de São Filipe.
Conforme referido pela deputada durante sua intervenção, daqui a alguns meses será inaugurado no Hospital São Francisco de Assis o Centro de Cuidados Paliativos, com o objetivo de melhorar o tratamento dos doentes. Quanto às ambulâncias, a deputada explicou que a região Fogo – Brava dispõe de 4 ambulâncias, e, apesar das Câmaras Municipais também possuírem ambulâncias, há dificuldades quando as estruturas de saúde querem aceder a elas, além de uma "recusa" por parte da CM de São Filipe em prestar os serviços de limpeza das áreas externas do hospital.