O tema do crescimento económico foi levado ao plenário e gerou diversas reações dos deputados com assento parlamentar. Durante o debate sobre o “Crescimento Económico e Desenvolvimento Inclusivo”, os parlamentares divergiram em suas posições sobre a condição das famílias e as consequências do desenvolvimento para os mais vulneráveis.
O
primeiro a se manifestar foi o deputado António Monteiro, que considerou que o
crescimento económico não está impactando as famílias. “Este crescimento
económico precisa ser dividido da melhor forma possível com aqueles que mais
precisam”, destacou o deputado da UCID.
Em
nome do partido, António Monteiro reconheceu os resultados das medidas do
Governo e seu impacto nas famílias, entretanto defendeu que Cabo Verde deve
diversificar a sua economia e proporcionar salários dignos. “Precisamos criar
as condições para diversificar a economia e tirar das pessoas esta dependência
crónica e abusiva do Governo”, acentuou. O deputado da UCID observou que a
saída dos jovens tem sido impulsionada pela falta de salários dignos e outras
condições de vida, o que demonstra que o impacto do crescimento ainda não
conseguiu atingir toda a população.
Seguindo
a mesma linha de pensamento, a deputada Ana Paula Moeda destacou que o
crescimento não tem se refletido no povo, particularmente nas famílias mais
vulneráveis. “O país está a clamar por mais trabalho, melhores rendimentos,
mais oportunidades, melhores condições de vida, mais saúde e segurança
alimentar, mais acesso ao conhecimento, mais educação, mais equipamentos
sociais e mais água nas casas e nos campos”, elencou a deputada do PAICV.
Ana
Paula Moeda frisou que o crescimento económico deve ser caracterizado por
inclusão e uma distribuição equitativa para as famílias. A deputada do PAICV
afirmou que os mais vulneráveis devem ser os maiores beneficiários das
oportunidades e criticou as políticas do Governo, que, segundo suas palavras,
têm provocado uma discrepância entre o crescimento e a condição das famílias.
“Cabo
Verde está a crescer e a economia está a evoluir a um ritmo impressionante,
apesar da pandemia e da guerra na Ucrânia”, ressaltou Alberto Mello. O deputado
do MpD recordou aos parlamentares que a subida da inflação foi um fenômeno
global que levou o Governo a atuar na contenção do preço dos combustíveis e na
mobilização de fundos para apoiar as famílias mais pobres.
“Este
Governo tem sido marcado por uma gestão responsável e, sobretudo, transparente.
Os cabo-verdianos sabem que o Governo tem trabalhado para garantir a
estabilidade do país e o executivo está focado em soluções, reformas e
progressos”, afirmou Alberto Mello. Para finalizar, o deputado do MpD
incentivou a oposição a proferir discursos positivos e reconhecer os ganhos do
país.
“A subida do salário dos cabo-verdianos em mais de 70% vai chegar nas casas e às famílias. Por exemplo, o salário das cozinheiras passou de seis mil escudos para 19 mil escudos”, mencionou Isa Costa para refutar as declarações de que o crescimento económico não tem alcançado as famílias. Segundo as informações da deputada do MpD, várias classes sociais foram contempladas com o aumento de seus rendimentos, como professores, policiais e pensionistas.