A entrega deste documento teve como objetivo unir os deputados nacionais, o PAN e outros sujeitos políticos na luta pela equidade e respeito pelas crianças e adolescentes cabo-verdianas
O Presidente da Assembleia Nacional (PAN) recebeu, hoje, recomendações do Parlamento Infantojuvenil sobre temáticas e preocupações como os problemas de saúde mental, a violência contra menores e o "cyberbulling". A entrega deste documento teve como objetivo unir os deputados nacionais, o PAN e outros sujeitos políticos na luta pela equidade e respeito pelas crianças e adolescentes cabo-verdianas.
A presidente do Instituto Cabo-verdiano da Criança e
do Adolescente (ICCA) sublinhou que o encontro está enquadrado no novo mandato
de dois anos do Parlamento Infantojuvenil. Zaida Freitas asseverou que o
Parlamento Infantojuvenil almeja manter um relacionamento próximo com os
eleitos parlamentares e partilhar uma agenda comum com os políticos e as
instituições.
Durante o encontro, o Presidente da Assembleia
Nacional, Austelino Correia, afirmou que a ideia do Parlamento Infantojuvenil é
semelhante ao projeto ‘Parlamento Aberto’, que promove aulas magnas, visitas e
encontros com a sociedade. “Eu felicito a organização e os jovens e encorajo-os
a continuar com a iniciativa. Vou levar a questão à Conferência dos
Representantes e para a mesa da Assembleia Nacional; vou fazer a minha
pedagogia de influência para que estas questões sejam levadas em conta”,
prometeu.
Austelino Correia assegurou que vai marcar um novo
encontro com o ICCA e com o Parlamento Infantojuvenil para socializar o
documento e medidas concretas que podem ser tomadas para proteger as crianças e
os adolescentes. O encontro contou com a participação dos representantes do
ICCA, da Direção Nacional das Aldeias SOS e das Nações Unidas.
Em declarações à imprensa à saída do encontro, o
Presidente do Parlamento Infantojuvenil, Aracido Só explicou que o documento
com as recomendações é fruto das propostas dos deputados referentes ao tema do
“cyberbullying, violência escolar e saúde mental”. O representante do
Parlamento frisou que uma das recomendações vai no sentido de capacitar os
professores e educadores a identificar e a agir em situações de problemas de
saúde mental e ‘bullying’.
Aracido Só pontuou que o Parlamento Infantojuvenil,
também, falou da saúde reprodutiva, abordando pontos como os métodos
contracetivos e a gravidez precoce. “O Parlamento Infantojuvenil é uma
organização pertinente, porque nós jovens temos uma outra visão da nossa
sociedade e nós queremos trazer estas preocupações para que sejam resolvidas”
evidenciou. Para concluir, Aracido Só espera que as recomendações sejam
colocadas em prática e traduzam em resultados concretos para o país.
Por sua vez, a Presidente do ICCA, Zaida Freitas,
sublinhou que o encontro com o PAN foi simbólico e confere mais forças ao
Parlamento Infantojuvenil, ao mesmo tempo, que demonstra que as recomendações
vão ser ouvidas pelos parlamentares. “Foram dias intensos de trabalho sério
realizado pelos nossos deputados infantojuvenis, que se traduziram num conjunto
de preocupações que se tornaram em recomendações”, acentuou Zaida Freitas.
Sobre o ato de entrega formal das recomendações, a
Presidente do ICCA declarou que a ambição do Parlamento Infantojuvenil é
desenvolver resultados positivos nos próximos dois anos e contar com a
colaboração dos sujeitos parlamentares. “Muitas das recomendações estão
relacionadas com o Ministério da Educação e da Saúde, com foco na prevenção da
violência no contexto escolar e do cyberbullying”, apontou. Zaida
Freitas, que ressalvou que o ICCA vai trabalhar neste sentido como forma de
proteger as crianças e os adolescentes e espera que os eleitos parlamentares se
unam à luta.
“Quando falamos na saúde mental, este é o ano em que o
Parlamento Infantojuvenil traz esta questão tão importante da saúde mental e da
prevenção do ‘cyberbullying’, que tem consequências nefastas para a vida
das crianças e dos adolescentes. Nós, ainda, não estamos preparados e bem
apetrechados para diagnosticar estas situações”, considerou, acrescentando que
é preciso investir na prevenção destes flagelos sociais.
De recordar que a entrega do documento de
recomendações do Parlamento Infantojuvenil vai servir para reforçar o
compromisso da ANCV em ouvir e valorizar as vozes das novas gerações e promover
um diálogo intergeracional em prol de políticas públicas mais inclusivas e
sustentáveis.