Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde destacou, no seu discurso, os avanços conquistados desde 1975, enalteceu a resiliência do povo cabo-verdiano e apelou à união nacional para enfrentar os desafios do futuro com espírito de missão e responsabilidade
Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde destacou, no seu discurso, os avanços conquistados desde 1975, enalteceu a resiliência do povo cabo-verdiano e apelou à união nacional para enfrentar os desafios do futuro com espírito de missão e responsabilidade.
O Presidente da Assembleia Nacional, Austelino Correia, em discurso marcado por emoção patriótica e elevado sentido histórico, homenageou o povo cabo-verdiano e os protagonistas da luta pela libertação, com destaque para Amílcar Cabral apontando-o como “o principal” entre os combatentes da liberdade da pátria.
O Presidente sublinhou que a independência “não foi uma dádiva, mas uma conquista” de um povo que, apesar das dificuldades, sonhou e lutou por um futuro melhor. “A todo este povo cabo-verdiano, rendo a mais profunda e merecida homenagem”, afirmou, perante os mais altos titulares dos órgãos de soberania, representantes de países amigos e distintas personalidades da sociedade civil.
Num balanço dos 50 anos de independência e 35 anos de democracia, o líder parlamentar destacou progressos em áreas essenciais como a saúde, a educação, a justiça e a economia. Entre os indicadores referidos, destacou o crescimento económico de 7,3% em 2024, a redução das taxas de desemprego e o avanço da saúde pública com melhorias significativas na esperança média de vida, mortalidade infantil e materna, e cobertura vacinal superior a 95%.
Na área da educação, destacou a quase erradicação do analfabetismo, a universalização do ensino básico e o acesso equilibrado entre géneros em todos os níveis de ensino. “Construímos o país, mas também formamos as pessoas”, afirmou, reforçando a importância da educação como base do desenvolvimento.
O discurso também abordou os desafios persistentes, como a transição demográfica e epidemiológica, os problemas de conectividade interilhas, a qualidade do ensino superior, o défice habitacional, a pobreza, o desemprego e a segurança.
Austelino Correia falou, ainda, da necessidade de políticas públicas eficazes e de um sistema de saúde mais capacitado, centrado na prevenção e sustentabilidade.
No plano externo, Correia defendeu um reforço do papel de Cabo Verde na CEDEAO e na União Africana, bem como a manutenção do alinhamento com os princípios do multilateralismo, dos direitos humanos e da Carta das Nações Unidas.
A sessão parlamentar comemorativa dos 50 Anos da Independência Nacional foi descrita, pelo Presidente da Cassa Parlamentar, como expressão viva da democracia cabo-verdiana, reunindo visões distintas dos partidos com assento no Parlamento. Afirmou que “essa pluralidade enriquece a reflexão e fortalece a nossa caminhada como nação”.
O Presidente da Assembleia Nacional apelou, já no final do seu discurso, à renovação do compromisso coletivo com Cabo Verde, com os valores da liberdade, da dignidade humana e do bem comum. “A política é tradução do que vem da alma dos cidadãos”, declarou Correia, sublinhando que cabe aos responsáveis políticos escutar, interpretar e responder às aspirações legítimas do povo cabo-verdiano.
A celebração do quinquagésimo (50º) aniversário da independência marca, assim, um “momento de orgulho nacional” – como fez questão de realçar o representante máximo da Casa Parlamentar, mas também de “introspeção e mobilização para a construção de um futuro mais justo, sustentável e próspero para todos os cabo-verdianos”.