Austelino Correia, que recebeu hoje na Assembleia Nacional a visita oficial do Presidente da Assembleia da República de Portugal (PAR), reforçou que "não vale a pena estar na política se não preservarmos a democracia, se não defendermos o Estado de Direito (…)"
O Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde
afirmou que “o ponto forte da diplomacia parlamentar deve ser a proteção e a
consolidação da democracia”. Além da democracia, Austelino Correia Salientou
que é preciso proteger, também, o Estado de Direito e, sobretudo, questões que
dizem respeito “às liberdades e à dignidade da pessoa humana”.
Austelino Correia, que recebeu hoje na Assembleia
Nacional a visita oficial do Presidente da Assembleia da República de Portugal
(PAR), reforçou que “não vale a pena estar na política se não preservarmos a
democracia, se não defendermos o Estado de Direito (…)”.
À margem do encontro alargado entre os dois
presidentes, o Presidente da Assembleia Nacional de Cabo Verde (ANCV) salientou
que, perante um mundo de incertezas e riscos, cada vez mais os Parlamentos são
chamados a assumir o papel em matéria de política externa e relações
internacionais, “pois apenas a forma tradicional do exercício da política
externa já não chega”. Ressalva, por outro lado, que em representação do povo,
é preciso que os Parlamentos levem à sociedade o diálogo político sobre temas
importantes, como as mudanças climáticas, a transição energética e a
democracia, ressalvou.
Na sua explanação, Austelino Correia reforçou que
Portugal tem sido um dos parceiros mais importantes no desenvolvimento de Cabo
Verde apoiando o país nos mais diversos setores, desde a economia, a educação,
a formação e questões ligadas à justiça, segurança, de dentre outras questões.
“Portugal é, de facto, um grande parceiro e as relações de cooperação têm sido
exemplares”, confirmou o Presidente da ANCV.
No que tange à política externa, Austelino Correia
salientou que a sua definição e execução é constitucionalmente, e sobretudo, da
competência do Governo. No entanto, ressalva que o parlamento não fica de fora
uma vez que a Constituição atribui ao Parlamento competências em matéria de
relações externas no que tem a ver com a aprovação de tratados, de acordos
internacionais para ratificação, mas também a fiscalização e orientação
política do Governo que é uma competência relacionada à política externa.
Entre outras incumbências, destacou que o Parlamento
tem a função de legiferação e, portanto, cria as condições e os instrumentos
para que se possa exercer e implementar a política externa no nosso país.
De acordo com Austelino Correia, o convite feito ao
seu homólogo, José Aguiar-Branco, tem o “propósito de reforçar e suplementar,
cada vez mais, as relações de cooperação entre Portugal e Cabo Verde, mas
também a diplomacia parlamentar”.
“É neste sentido, que Portugal e Cabo Verde têm sido
“exemplares” no que a diplomacia parlamentar diz respeito, com contactos
bilaterais, trocas de visitas ao mais alto nível entre os nossos deputados e os
nossos técnicos parlamentares, fazendo com que Cabo Verde e o seu Parlamento
ganhem bastante com essas trocas de experiências”, sublinhou.
Por último, o Presidente da ANCV acrescentou que o
Programa de Cooperação entre os dois Parlamentos foi bem conseguido, tendo
alcançado uma taxa de execução em cerca de 73%. Apesar disso, realça que há
outras precisam ser reforçadas.
O Parlamento de Cabo Verde foi representado pelo seu
Presidente, Austelino Correia, pelo Vice-Presidente da Assembleia Nacional,
Armindo da Luz, pelo Líder Parlamentar do MpD e Presidente do Grupo de Amizade
Cabo Verde – Portugal, Celso Ribeiro, pela representante do Grupo Parlamentar
do PAICV, Carla Lima, pelas Secretárias da Mesa Georgina Gemiê e Anilda
Tavares, pelo Secretário da Mesa, Julião Varela, e pelo Vice-Presidente do
Grupo de Amizade Cabo Verde – Portugal e deputado pela Europa, Francisco Pereira.