
Os trabalhos parlamentares iniciaram-se hoje, 25, com uma Declaração Política da Bancada Parlamentar do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), sobre os sete anos de Governação do Movimento para a Democracia (MpD), dois dos quais referentes à presente Legislatura.
A declaração foi introduzida pelo Líder Parlamentar, João Baptista Pereira, que começou por referir que, na sua comunicação à Nação, o primeiro-ministro apresentou “um país que apenas existe na sua cabeça”.
“Para o Dr. Ulisses Correia e Silva basta a propaganda e o marketing político para apagar a triste e dura realidade em que vive a maioria dos cabo-verdianos, por conta do aumento brutal do custo de vida e da perda do poder de compra das famílias” sublinhou.
Na sua intervenção, o Líder Parlamentar do PAICV lembrou que, por altura da campanha eleitoral, Ulisses Correia e Silva, disse que não fazia promessas e que, após diagnóstico completo e contas feitas, tinha soluções para todos os problemas do país.
Entretanto, o que se verificou foi “incumprimentos contratuais de Ulisses Correia e Silva diante dos compromissos mais emblemáticos assumidos com cada cabo-verdiano na sua ilha e na diáspora e com a nação”.
De acordo com João Baptista Pereira “Não honrou o compromisso de formar um Governo entre dez a doze membros. Pelo contrário, brindou o país com um elenco governamental de 28 membros, representando um aumento de cerca de 400 mil contos em despesas de funcionamento do Estado”, exemplificou o político da oposição, lembrando que “não atingiu a meta de crescimento médio real mínimo de 7 por cento (%) ao ano, não conseguiu reduzir o desemprego e criar os 45 mil empregos dignos e bem remunerados”.
Ainda, segundo João Baptista Pereira, a pobreza em Cabo Verde aumentou de cerca de 179 mil, em 2015, para 186 mil, em 2021, sendo que cerca de 127 mil cabo-verdianos estão em situação de extrema pobreza.
Em reação, o Grupo Parlamentar do Movimento para a Democracia (MpD), através do Deputado Euclides Silva, disse que esta Declaração Politica mostra um PAICV “ressabiado” e que ainda não aceitou a derrota que o povo lhes impôs nas urnas, em 2016.
Por seu turno, a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), António Monteiro, concordou com a leitura do PAICV, defendendo que “a situação do País não é fácil e é de extrema dificuldade para muitas famílias e empresas”.